Be, é/está assim, quântico, inclusivo, não excludente, múltiplo, aberto, sem preconceitos, experimental, e principalmente individual.
Ele existe unicamente e exclusivamente para cada um que o vê, que o sente, que o vivencia e até mesmo para aqueles que apenas o olham.
E quando este contato acontece, sua multidimensionalidade permite que ele seja exatamente o que cada um vê nele, um resultado da interatividade sensorial entre os criadores/intérpretes, as idéias nele contidas e o observador. Como um espelho, sem se desculpar.
Be tem muito amor próprio, ele se aceita exatamente como ele É!!!
Com qualquer falha ou defeito que possa ser visto nele, e como ele é múltiplo, muitos são os defeitos, as falhas, incoerências e as ignorâncias nele contidos. Assim como, são muitos também os talentos, as exuberâncias, as genialidades, as sacações, os insights, as mensagens, as belezas, as riquezas, os nuances etc.
Nada na existência é absoluto, ou seja, nada pode ser definido por apenas um ponto de vista.
Tudo na existência é múltiplo e relativo, afirmou Einstein, e BE não poderia ser diferente.
Quando alguém acha ou vivencia BE como chato, ele É/ESTÁ chato!
Quando alguém o vivencia como maravilhoso, ele É/ESTÁ maravilhoso.
Quando alguém o vivencia como longo e cansativo, ele É/ESTÁ cansativo.
Quando alguém o vivencia como inteligente, ele É/ESTÁ inteligente.
Quando alguém só percebe os movimentos em sua superfície e o define como um espetáculo de "movimento pelo movimento", ele assim o É/ESTÁ.
Quando alguém sai de BE cheio de perguntas, ele É/ESTÁ um evento questionador.
Quando alguém percebe que como na vida alguns movimentos se repetem, porém de forma e com intenções diferentes, isto também É/ESTÁ verdade.
Quando alguém experimenta um salto quântico e sai do espetáculo diferente de como entrou nele, ele cumpre a sua função.
Sem medo nem vergonha todas estas possibilidades vêm de um poço profundo e sem forma a qual chamo de meu amor, e algumas vezes, meu eu mesmo. Diria BE...... !
Neste experimento não estamos preocupados ou focados na forma do movimento, mas como ele é executado, estamos experimentando com as variáveis internas dos movimentos e suas dinâmicas e queremos saber como isto interfere na sua execução pelos criadores/intérpretes (percepção interna) e como são percebidos e vivenciados sensorialmente pelos observadores.
Quando executamos uma célula coreográfica em BE e percebemos que a audiência, com micro-movimentos, acompanha os bailarinos (muitas vezes inconscientemente), estamos, como isto, constatando que existe uma forma mais profunda de se absorver e vivenciar "movimento" que vai além do julgamento intelectual. A cinesfera individual de quem se movimenta passa a interagir com a cinesfera de quem observa, e isto é um evento quântico ou uma unificação do campo, pois duas singularidades interagem e se comunicam de uma forma não cognitiva.
Todas as noites nós temos um espetáculo diferente, seja porque as variáveis são modificadas aleatoriamente, como por exemplo, quem vai dizer o texto durante o chá, ou quem vai dirigir a improvisação durante uma das cenas, seja porque a ordem das cenas é modificada, ou ainda para quem o vê mais de uma vez e senta-se em lugares diferentes percebe o espetáculo de forma diferente. Be nunca é o mesmo, ele está em constante transformação, assim como o mundo subatômico, assim como o universo.
Como experimento quântico, ele nunca estará terminado, nunca terá uma forma rígida e pré-definida. O que temos é um ponto de partida e um de chegada, o caminho trilhado será sempre diferente. Ele estará sempre se adaptando, se transformando, MOVENDO-SE com o universo e sua sincronicidade.
Seja bem vindo a participar deste experimento coreográfico e compartilhar conosco as tuas impressões.
Por Kiran (designer de movimento e coordenador do experimento)
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