terça-feira, 14 de julho de 2009
hai kai (quântico)
Conexões acontecem
Eu e o outro.
Vácuo quântico
Em movimentos certeiros
Vibra com vida.
Por Janaina Gomes
Be- Experimento quântico n 4.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Pequenas, singelas e preciosas impressões
Aprendo, erro, conserto, memória daqui, memória de lá, quase louca ouço vários setes e oitos.
Um casamento, ou melhor, estamos em lua de mel
POR FAVOR NÃO INTERROMPA!!!
Este é o processo, isto é Be- experimento quantico n 4.
encontro de almas, entrega, harmonia. São caracteristicas básicas de um dos trabalhos mais felizes que faço.
Escrevendo textos, sincronias coreograficas, mudanças de direções, quatro lados, quatro elementos, o quarto elemento (berilo), as quatro estações, as quatro pessoas (eu "janaina", Patricia, Gervásio e Elis).
Lembra-me aquela brincadeira: Somos quatro eu com tu, tu com ela nós por cima nós por baixo.
As vezes penso que são cinco, o quinto é o nosso sexto sentido, o nosso pintor, o nosso físico quantico Kiran, que modela nossos corpos, movimentos e sensações, melhor dizendo, deixa fluir tudo isto ao mesmo tempo e nos da a liberdade de produzir mimos coreográficos.
Lembra infância, liberdade de criar, voar, pensar alto, pensar grande... é isso! Eis-me aqui, uma criança de 7 anos a brincar, começando a adquirir suas responsabilidades infantis... eis-me aqui enamorada, como uma adolescente de 15 anos que acaba de marcar um encontro.
Como é bom dançar feliz!!!!!
Por Janaina Gomes.
Be- experimento Quantico N 4.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Bruxinha de Blair
Em um palco vejo uma mulher diferente de todas as outras que ali se encontravam. Cabelos longos carregava uma taça de vinho na mão, usava óculos de grau, calça jeans e uma bata branca estava rodeada por um circulo que não identifico ao certo o que era mas me parecia uma espécie de bruxaria, jogava vinho no chão e olhava para mim dizendo:
- Você sabe muito bem o que é isso!!!!! É para você.
Fiquei a olhar por um tempo toda aquela cena, mas as senhorinhas de vermelho estavam loucas, e me empurravam em direção ao mar, fazendo cosquinhas em minha barriga, e eu chorava em ver aquelas caras enrugadas e borradas perto de mim, a me tocar com as mãos sujas de areia.
Eu estava de camisola branca e não queria me sujar, estava pronta para dormir, era dia, mas já estava na hora de voltar ao meu sono profundo. Fui sugada pelo mar, e depois disso lembro-me apenas de quando me acordei, em uma cama branca sem as partes intimas, estava suja de sangue, meus olhos borrados de tanto chorar, logo mais abaixo um ovo gigante que eu acabara de parir criado por um bode, estava entre minhas pernas. Eu e um ovo dentro de um quarto todo branco.
por Janaina Gomes - Be- processo quantico N.4
sexta-feira, 26 de junho de 2009
A oito mãos
O PARTO
Esse ano, eu não comi bolo de molho. Molho de chuva. Os pés molhados encantados por uma certa orca marinha. Mas, o molho que se encontrava no bolo estava dentro da barriga da orca.
Gosto de comer bolo para emagrecer, e minha energia diminuir proporcionalmente ao triângulo da velocidade da luz. Luz de vela. Só assim conseguiria plantar o meu pé molhado de sorriso de orca e turnê abortada de Michael Jackson.
Cresci, cresci e não entendia a razão, o pé de cabelo estagnou minha lógica. Cabelo que era black ficou liso, Michael Jackson que era preto e ficou branco, que tinha nariz alargado e ficou afilado.
Fui uma vez ao seu show e dancei nas estrelas ao som de Billie Jean com os pés molhados de bolo de lágrimas. Sou feliz quando danço nas estrelas: eu e meus iliopsoas alongados.
Atravesso o céu, mar e terra. Com o dedo do pé aliso o Mar Morto, morto para você, meu bem, que é áspero feito pedra pome. Você, meu Michael, vamos dançar juntos? Com os isquiotibiais, os iliopsoas e todos os músculos alongados como seus cabelos. Vamos Michael? Com aquela tua jaqueta brilhante e aquela tua luva de diamante e com teus sapatos computadorizados que nos fazem escorregar para trás. Sapatos com chips, fótons e bolos de elétrons prontos para dançar e partir a barriga da orca que mora no mar morto e o pé de bye bye.
Por todos os intérpretes
para o processo de Be....
Sobre o processo
Neste processo coreográfico decidi utilizar a forma escrita de expressão como atalho para os movimentos. São duas as vias de acesso ao poder criativo dos intérpretes, os Haikais, como forma de síntese, de canalização de sentidos por uma via que os estimule a organizar pensamentos e imagens, e a escrita automática, tão utilizada pelos surrealistas e psicanalistas como forma de acesso ao inconsciente. Por um lado tento a condensação de conceitos e idéias e por outro a expansão de imagens inconscientes, ambas são traduzidas em movimentos através de improvisações dirigidas. Observo que para a maioria, a capacidade de síntese é mais difícil, porém quando é pedido que simplesmente dêem vazão às imagens do inconsciente a través da escrita automática eles desenvolvem melhor.
Como abordar a física quântica com suas teorias tão complexas, a teoria da sincronicidade, teoria do caos e a aleatoriedade através do movimento? Decidi não trabalhar com dança teatro, que é um terreno conhecido para mim. Se for para ser desafio tem de ser coletivo. Estamos todos tentando encontrar juntos formas coerentes de corporificar conceitos abstratos e concretos através da improvisação, utilizando sempre uma estrutura poética como base. Normalmente em dança teatro a “ação” é base das improvisações e estas já carregam em si significados bem definidos ou codificados. O desafio aqui é justamente a utilização de movimentos que não expressem ações, mas que tenham uma forma mais subjetiva ou abstrata de representar as imagens utilizadas como bases para as improvisações.
No decorrer do processo nos surpreendemos com a agilidade e rapidez com que as células coreográficas estão criando vida. Todo este material será utilizado no design da coreografia e na estruturação cênica do espetáculo.
Gosto de trabalhar com improvisações dirigidas, pois elas oferecem ao intérprete a possibilidade de ser cocriador do processo, e por conseqüência se envolver mais com ele. Uma vez que as células coreográficas estão prontas começa o meu trabalho de estruturá-las dentro da minha visão geral do espetáculo.
O trabalho em conjunto está acontecendo de forma fluida e prazerosa. Fico satisfeito e feliz com o grau de entrega destes intérpretes criadores tão criativos e talentosos que se doam inteiramente ao processo.
Por Quark Insano
Para o processo de Be – Experimento Quântico N. 4
Em 26.06.09
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Quantic Tarantino
Aproveitando um momento de distração este objeto não identificado, me leva em seu cavalo preto, a 200 por hora, fomos comer sushi e adentramos em um bar freqüentado pela máfia chinesa. O sushi servido era de carne humana e o enfeite do prato principal era dentes de tubarão acompanhado por uma bebida facilmente identificável (cerveja).
Depois de comer aquela mistura que causava tontura e deixava os dentes vermelho sangue, nos lançamos um ao encontro do outro, como mágica fomos parar no andar de um prédio mal assombrado, com o teto baixo e alguns corpos pendurados sobre a parede, a fricção aconteceu, sem olhos nos olhos, sem nenhuma poesia a ser dita ou escutada.
E assim aos poucos eu identificava este objeto. Passou-se sete dias, sete meses, sete anos, sete casas, sete sentidos, (além dos 5 existentes os outros dois eram segredos secretos, que só me couberam saber).
Pronto estava resolvido, a imagem deste objeto era feia, nojenta, com um aspecto de mendigo. Ele se aproximou de mim, doente, pedindo ajuda. E eu? Eu o matei com um celular e um e-mail... Ao ver, ele desintegrou-se, evaporou, deixando o ar mais limpo, a leveza voltou a ser insustentável e o sol saiu vermelho-rosa, gritando de felicidade ao ver o objeto jogado logo ali no chão...
escrito por Janaina Gomes
Be- experimento quântico N.4
Escrita automática
Mesmo dentro de tudo acordo com os pés em cima e em baixo, rodar, rodar, não faz sentido para uma velha roda gigante. Num fundo poço aberto flutuam algodões doces provenientes do liquido encefálico do gigante adormecido em minha eterna mente aquosa. Cor de laranja ouro, laranja é ouro na terra dos limões azedos, prefacio é o começo o fim sou eu quando minha perna quebrar, longos os sonos e sonhos acordados de imediato por alguém tão ansioso quanto eu, você e mais uma manada de macacos saltitantes em busca do reino perdido das bananas.
Os pés no chão, digo não a realidade dos percevejos cheiro provocante que não sai da roupa num único instante, pés na água umedecem um pouco a alma jogar amarelinha pensando no amor faz um turbilhão no coração e na mente.
Subindo pelas paredes, não sou lagartixa, não sou lagartixa! Me envolvendo pelos lugares que são doces, festa do pirulito na casa da Aninha vai ser dez vezes, mais algodão no ouvido enquanto a cera escorre escorrego num mundo perfeito escorregando pelo cachorro que cresce sem parar e cão de guarda que vira, defendendo-me dos perigos da terra, esta que habita sustenta rodando mais uma vez e aquela amarelinha com o amor preso no coração, solte-o o mais rápido possível, vai entupir tuas artérias e o sangue ruim subir pro teu leite encefálico de razões.
Louco por amores daquele que passa.... mãos me insinuam coisas, será que passando manteiga escorrego mais fácil nos pensamentos dele que carrega aquela bandeja de feijoada. Coco ralado parece neve em dia nublado ou é realidade da minha encefalite, encosta num penhasco e fica se balançando a formiga me empurra e caio deliciosamente num vazio vejo tudo do mesmo modo duas vezes a terceira mora alguém do meu lado e me observa, olhos de vidro rodeiam todo espaço, escolho roupas a contra gosto, gosto dos outros e os olhos vidrados que parecem vidro lembram espelhos colocados inversamente para me enganar e enganar alguém ou você que não para de me olhar, esperando a perna? Cabeluda!! hauhuahuaha.... O braço? O corpo perfeito. jogos para o lado de dentro são chamados de egos, louco por um cabelo, não carequinha!! Ao longe vejo um palhaço que incansavelmente tenta dançar em cima de um disco de vinil...
Por Gervásio Braz para o processo de Be - Experimento Quântico N. 4
em 25.06.09
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Haikais de outros autores
é tudo que sinto
viver é sucinto
quem me dera
até para a flor no vaso
um dia chega a primavera
Paulo Leminski
Casa fechada
Inverno não-próspero
Chuva cai triste.
Antonio Ladeira
Alguns haikais
Que molhada gera
Dos frutos a vida
Chuva que cai
Lembranças que vêm
A saudade fica
Tudo quieto aqui
Silêncio e mansidão
Inverno eu sou
Patricia
Escrita automática - 18/06
E as borboletas voavam dentro da minha boca.
Eu saí pela rua vestida de sol e nua de vontades, enquanto meu pulmão esmolava um pouco de realidade.
Os meus cabelos cresceram misturados às arvores da fazenda do meu tio, e o pulso ainda pulsa, pulsa, pulsa e puxa os sonhos ainda não sonhados, mas já lembrados todos os dias.
Meus pensamentos deram um soco no lutador de boxe que chorava pedras de quartzo. Elas eram bonitas porque tinham o gosto de vôo com asas de cetim.
E quando me cansei, eu corri até aqui para contar até 8. E sete, oito....
Patricia